A recente concentração de fortes chuvas em Pernambuco provocou cheias e calamidade em diversos municípios. Veja aqui o histórico do fenômeno, o alerta que foi feito aos municípios na véspera das chuvas e as medidas que estão sendo tomadas para atender as populações atingidas, evitar novas catástrofes e reconstruir as cidades mais impactadas pelas enchentes. Veja também como você pode auxiliar, somando esforços às ações empreendidas pelo poder público e ao apoio conjunto da sociedade.

Eduardo pede construção de sete barragens no PAC 2

Os governadores Eduardo Campos e Teotônio Vilela reuniram-se com o presidente Lula e o Gabinete de Crises do Governo Federal ontem (06), em Brasília, para tratar do andamento das ações estaduais e federais voltadas paras as cidades atingidas pelas chuvas de junho em Pernambuco e no estado de Alagoas.

Os governadores apresentaram dois pleitos ao presidente, que ficou de se pronunciar em uma nova reunião, marcada para a primeira quinzena de novembro. O primeiro deles foi a federalização da PE-60, no trecho de 214 km entre o Porto de Suape e Maceió. “Nossa intenção é transformar a rodovia estadual em BR para que possamos duplicá-la em breve”, explicou Eduardo. A estimativa é de que a obra de duplicação da rodovia custe cerca de R$ 450 milhões.

O segundo pedido feito ao presidente foi a inclusão no PAC 2 das obras de construção de sete barragens localizadas na bacia do Rio Una. Esse novo sistema de contenção evitaria enchentes como as enfrentadas no último mês de junho. “O investimento para levantar estas barragens gira em torno de R$ 650 milhões”, disse Eduardo. Ainda durante a reunião, o governador de Pernambuco assinou com o DNIT o convênio de liberação de R$ 50 milhões para a reconstrução ou reforma de nove estradas e pontes da Mata Sul e Agreste pernambucanos que foram atingidas pelas águas.

“Estamos satisfeitos com a agilidade do Governo Federal em tomar as providências necessárias. Conseguimos provocar uma mudança de procedimentos que desburocratizou o trabalho dos estados e da União. A reconstrução das cidades atingidas pelas enchentes nos dois estados já virou um “case” para o Governo Federal e será transformada num manual de atuação para o caso de novas tragédias”, disse Eduardo.

OPERAÇÃO RECONSTRUÇÃO – Embora a vida já tenha voltado ao normal para quase todos os pernambucanos dos 67 municípios atingidos pelas enchentes, o desafio de recuperar essas cidades ainda é grande. Somente em obras de infraestrutura estão sendo investidos R$ 150 milhões em recursos estaduais e federais.

O número de desabrigados no estado, que já foi de 9.600 pessoas, hoje é de 2.200. A quantidade de abrigos montados caiu de 201 para 48. Quase cinco mil casas já estão em obras ou tiveram suas propostas aprovadas. Mais de 16.200 famílias perderam suas casas ou tiveram suas residências seriamente danificadas pela enxurrada. Todas elas já foram cadastradas e recebem hoje auxílio-moradia ou auxílio-reconstrução. O Governo do Estado já desembolsou R$ 16,4 milhões no pagamento desses benefícios.

A rede escolar também foi bastante atingida. Ao todo, 533 escolas ficaram prejudicadas. Um prejuízo calculado em R$ 127 milhões. O Estado agiu rápido e garantiu a fluidez do ano letivo. O passo seguinte foi iniciar as obras nessas unidades. Hoje, 242 escolas da rede municipal e outras 67 da rede estadual estão com os trabalhos em andamento.

Totalmente devastado pelas águas, o Hospital Regional de Palmares terá sua primeira etapa inaugurada em 90 dias. “Será o mais moderno do interior do Estado e terá duas vezes o tamanho do antigo”, anunciou o governador, ao visitar o canteiro de obras no último dia 20. O novo hospital Sílvio Fernandes Magalhães custará R$ 18 milhões. Terá 136 leitos distribuídos entre emergência, bloco cirúrgico, pediatria, vários tipos de UTI e uma urgência.

A linha de crédito de R$ 1 bilhão anunciada pelo Governo Federal para reerguer o comércio nas cidades afetadas começou a ser destravada. Hoje, R$ 72,6 milhões em operações de crédito já foram desembolsados, contratados, aprovados ou estão em análise.